14 de maio de 2012

Uma conversa com Humberto Trezzi

               No dia 03 de maio (quinta-feira) de 2012, o jornalista da Zero Hora, Humberto Trezzi,  palestrou ao curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria e contou suas experiências como repórter internacional cobrindo a guerra da Líbia e suas reportagens nas favelas do Rio de Janeiro. Após o término da palestra, Humberto concedeu uma breve entrevista ao blog Prefácio. Ao ser questionado sobre a sua visão a respeito das redes sociais ele responde:

             “Redes sociais são importantes hoje em dia, mas há muita difamação nelas. Embora sirvam como pauta para os jornalistas, não devem ser vistas como jornalismo em seu verdadeiro sentido.”


         A respeito das forças internacionais que se aliaram aos rebeldes da Líbia e comparei ao que aconteceu na guerra do Iraque ele afirma que:


          “O que aconteceu na Líbia foi diferente. No Iraque tivemos uma ocupação por parte das forças estrangeiras e isso foi um erro político cometido pela OTAN e pela ONU. Na Líbia houve ajuda por parte da OTAN, mas apenas enviando armamento aos rebeldes, o que foi providencial para sua vitória pois, sem essa ajuda, não teriam vencido o conflito. Mas eles não deixaram a OTAN intervir diretamente no conflito porque viram o que aconteceu em outras guerras em que houve essa intervenção e o objetivo era vencer com suas forças, sem depender diretamente de forças de ocupação.”


             Por último fiz uma pergunta sobre o Comando Vermelho (citado durante a palestra) e o seu criador, William da Silva Lima, “o professor”. Questionei sobre a situação de William e porque ele e os outros que ajudaram a criar o grupo não estavam mais na liderança. 

                 “William atualmente está preso e a maioria dos primeiros chefes que o Comando teve na época de sua criação estão mortos. Mesmo assim, eles “desistiram” da liderança porque o Comando Vermelho virou uma facção sem um projeto político. No início havia um sentimento de união no grupo e ele foi se perdendo a medida que a facção começou com o tráfico de drogas.Não havia mais sentido para eles continuarem atuando no Comando Vermelho.”

                               Humberto Trezzi que é referência no jornalismo em coberturas de guerra e pela sua atuação profissional também fala sobre a importância do diploma e da formação em Comunicação Social.

”A experiência acadêmica é, sem dúvida, essencial para qualquer um que deseja seguir a carreira de jornalista.”





“Jornalistas humanizam os confrontos. No entanto, cobrem apenas um lado da guerra.” (Humberto Trezzi)



Agradecimentos especiais a Gabriel Rovadoschi(o "Douglas") por participar como fotógrafo.




Eduardo Molinar

Um comentário:

  1. Que pena que eu não pude assistir a palestra com ele, mas esse tipo de jornalismo é apaixonante. E acredito que seja muito gratificante fazer esse tipo de cobertura mesmo sendo perigoso desperta interesse!


    Boa postagem Elvis! ;)

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