18 de novembro de 2012


              O meu lugar na janela.


Em uma tarde quente de um sábado, foi escolhido para a sessão  de autógrafos do novo livro de Martha Medeiros,  “Um lugar na janela -Relatos de viagem”, na 58° Feira do Livro de Porto Alegre. Não era espantoso ver aquela fila que parecia não ter fim e que a cada minuto aumentava mais. Perguntei a uma senhora que estava na fila, logo atrás de mim: “ A senhora está aqui por causa do livro ou pra ver a Martha?”. Ela disse: “Para ver a Martha Medeiros, que é top! O livro é consequência”. Ela me fez a mesma pergunta: “E você? Se vieste de longe, com certeza não foi só para comprar livros. É claro que veio ver a grande diva gaúcha também”.
O que ela falou me fez refletir, e enquanto aquelas 1h e 40 min na fila, esperando para estar perto dela, não terminavam, eu pensava no que eu poderia perguntar a ela. Pensei que talvez  devesse apenas elogiá-la ou, ainda, ficar calada. Quem sabe dizer apenas: “obrigada!”.
Por mais que o sol daquela tarde estivesse escaldante, tudo compensava na Feira: os livros, as apresentações musicais, as exposições, as pessoas. Cada minuto naquela praça fazia valer a pena o esforço para estar ali.
Quando finalmente chegou a minha vez, entreguei o livro a ela.  Ela escreveu  o que talvez seja de praxe para qualquer autor escrever:  “um beijo carinhoso e etc.”. Para mim, foi a coisa mais linda que alguém pode ter me escrito. Disse a ela: “Posso te fazer uma pergunta?” . Ela gentilmente respondeu: “Deve... Ninguém pode ficar com dúvidas!”. Prontamente questionei: “Qual  a

importância da feira pra você? ”Ela olhou para o horizonte, pensou um pouco e respondeu: “Acho que autografar os livros e ver as pessoas de perto é como um ritual. Nada do que eu faço teria a importância e a plenitude que tem se eu não tivesse que fazer exatamente isso, sempre que lanço um livro”. Agradeci , feliz da vida  como todo fã perto de seu ídolo - e concluí nosso encontro com a frase que provavelmente Martha Medeiros mais escuta na vida: “Sou sua fã e tudo que você escreve passa verdade”.
Fui embora muito feliz, satisfeita com o que vi e com o pedacinho de Martha que trouxe para casa. “Um lugar na janela” é fruto do bendito encontro, e dele espero aquilo que a escritora sempre me trouxe: ensinamentos sobre a vida e sobre o dom da escrita.




 

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